13 de maio de 2013

Como pregarão, se não forem enviados?

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: "Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!" Romanos 10:14-15

10 de maio de 2013

De todos os povos e tribos, línguas e nações

Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; ~ Apocalipse 7:9

7 de março de 2013

Crianças da Igreja Perseguida: Fé que permanece

As crianças de países onde há perseguição precisam crescer em coragem e sabedoria para que o evangelho permaneça, e elas não desistam de Jesus quando forem adultos e enfrentarem muitas pressões. Ore por elas!

Os elementos essenciais da natureza humana

Há duas teorias com referência aos elementos essenciais da natureza humana. Notamo-las na seguinte ordem descrita abaixo:

I. A TEORIA TRICOTÔMICA

As duas passagens seguintes são tidas por alguns para ensinar uma divisão tríplice da natureza humana em corpo, alma e espírito, estas constituindo três elementos distintos em a natureza do homem:

"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Tessalonicenses 5:23).

"A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, que penetra até à divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas, que é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4:12).

Rejeitemos esta teoria pelas seguintes razões:

1. SE A ENUMERAÇÃO TRÍPLICE EM 1 TESSALONICENSES 5:23 DEVE SER TOMADA COMO SIGNIFICANDO TRÊS ELEMENTOS DISTINTOS NO HOMEM, ENTÃO MATEUS 22:37 DEVE SER TOMADO COMO NOMEANDO, NOMÍNIMO, UM ELEMENTO ADICIONAL, FAZENDO-OS QUATRO AO TODO.

Mateus 22:37 reza: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu pensamento." Precisa ser notado que essa passagem, à luz da interpretação de 1 Tessalonicenses 5:23 pelos advogados da teoria tricotômica, faz de coração e mente elementos diferentes em a natureza do homem. Diga-se agora que a "mente" nesta passagem é idêntica a "espírito" em 1 Tessalonicenses 5:23; mas o "coração" não pode ser identificado com coisa alguma em 1 Tessalonicenses 5:23, desde que "alma", bem como coração, está mencionada em Mateus 22:37. Assim, para os advogados da teoria tricotômica à luz de sua interpretação de 1 Tessalonicenses 5:23, não há escapar da necessidade de sustentar uma divisão quádrupla da natureza humana.

2. TÃO CERTO COMO ESTÁ MANIFESTO PELA ESCRITURA QUE "CORAÇÃO" E "MENTE" NÃO DESIGNAM ELEMENTOS SEPARADOS DA NATUREZA HUMANA, ASSIM TAMBÉM ESTÁ MANIFESTO QUE "ALMA" E "ESPIRITO" NÃO DESIGNAM.

Presumimos que todos concordarão em que "coração" e "mente" representam não dois elementos distintos da natureza humana, mas apenas duas faculdades; sendo a mente especialmente a faculdade do conhecimento e o coração a faculdade do sentimento. Mais tarde mostraremos que é justamente tão manifesto que alma e espírito não são distintos.

3. HEBREUS 4:12 NÃO DEVE SER TOMADO COMO SE REFERINDO A UMA DIVISÃO ENTRE A ALMA E O ESPÍRITO COMO SE FOSSEM ELEMENTOS SEPARADOS.

Antes pensamos que se refere a "penetração" da alma e do espírito até mesmo às suas juntas e medula, a saber, às mesmas profundezas da natureza espiritual"(A. H. Strong).

4. OS TERMOS "ESPÍRITO" E "ALMA" SÃO USADOS UM PELO OUTRO NA ESCRITURA.

Vide Gênesis 41:8 comparado com Salmos 42:6; João 12:27 comparado com João 13:21 e Hebreus 12:23 comparado com Apocalipse 6:9. Este uso intermudável de ambos os termos é fatal à doutrina tricotômica.

5. DOIS ELEMENTOS APENAS DA NATUREZA HUMANA ESTÃO MENCIONADOS NA CRIAÇÃO DO HOMEM.

Primeiro, Deus criou o corpo do homem. Então Ele assoprou nas ventas desse corpo o fôlego (espírito) de vida e assim o homem se tornou alma vivente. Cf. Gênesis 2:7. O homem não veio a ser primeiro alma vivente ou a possuir uma alma e então receber o espírito em adição: foi a recepção do espírito que o fez alma vivente.

6. JESUS DIVIDIU A NATUREZA HUMANA SÓ EM DOIS ELEMENTOS.

Em Mateus 10:28 disse Jesus: "Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma; antes temei o que pode destruir tanto a alma e o corpo no inferno". Se há três elementos em a natureza humana, que sucede ao terceiro quando corpo e alma vão para o inferno? Se Eclesiastes 12:7 se oferece em resposta a esta pergunta, respondemos a palavra hebraica traduzida "espírito" nesta passagem, não pode ser tomada como significando "espírito" no sentido em que a usamos aqui: significa meramente "fôlego". Em resposta, pode ser dito que, se a palavra hebraica aqui significa apenas fôlego, então ela significa o mesmo em Gênesis 2:7, onde a temos interpretado como significando espírito. Mas desde que, após a partida do fôlego, o homem continua a ser uma alma vivente, como evidenciado por seu sofrimento cônscio eterno, no caso de ele ir para o inferno (Gehenna), deve ser entendido que a palavra em Gênesis 2:7 significa mais do que fôlego.

Não fique entendido que o que estamos dizendo aqui é que não há nunca qualquer distinção que seja entre alma e espírito. Enquanto elas são muito freqüentemente usadas como sinônimos, contudo, algumas vezes, traça-se uma vaga distinção; mas esta distinção não é entre elementos diferentes da natureza humana. Quando se faz uma distinção, ambos os termos meramente "designam o princípio imaterial de diferentes pontos de vista" (A. H. Strong). "Concluímos que a parte imaterial do homem, vista como uma vida individual e cônscia, capaz de possuir e animar um organismo físico, chama-se "psuke" (alma); vista como um agente moral e racional, suscetível de influência e habitação, esta mesma parte imaterial chama-se "pneuma" (espírito). O "pneuma" (espírito), pois, é a natureza do homem olhando para Deus e capaz de receber e manifestar o "Pneuma Hagion" (Espírito Santo); a "psuke" (alma) é a natureza do homem olhando para a terra e tocando o mundo dos sentidos. O "pneuma" (espírito) é a parte mais elevada do homem como relacionada às realidades espirituais ou como capaz de tal relação; a "psuke" (alma) é a parte mais elevada do homem como relacionada com o corpo ou como capaz de tal relação. O ser do homem, portanto, não é tricotômico senão dicotômico e a sua parte imaterial, enquanto na posse de dualidade de faculdades, tem unidade de substância. A natureza do homem não é uma casa de três andares senão de dois, com janelas no andar de cima dando para duas direções: para a terra e para o céu. O "andar térreo" é a nossa parte física: o corpo. Mas o "andar superior" do homem tem dois aspectos: há uma visão para as coisas embaixo e uma clarabóia através da qual se vêem estrelas" (Strong, Systematic Theology, pág. 246). "A alma é espírito modificada pela união com o corpo" (Hovey).

II. A TEORIA DICATÔMICA

Em vista de todas as considerações precedentes, somos pela teoria dicatômica da natureza humana antes que pela tricotômica: a primeira encara o homem como se compondo de duas partes, uma material (corpo) e outra imaterial (alma ou espírito).

Já justificamos a primeira, ao menos para nossa própria satisfação, contra a segunda. Só nos resta agora responder aos que recusam até mesmo uma dupla divisão da natureza humana e negam que a alma seja um elemento atual, distinto do corpo. Como prova que o corpo e alma são dois elementos distintos, oferecemos os seguintes argumentos:

1. DISSE JESUS QUE O HOMEM NÃO PODE MATAR A ALMA.

Vide Mateus 10:28. E, na mesma passagem Ele também disse que o homem pode matar o corpo; logo, corpo e alma são elementos distintos.

2. O HOMEM CONTINUA A EXISTIR DEPOIS DE O CORPO VOLTAR AO PÓ.

Para prova disto vide o capítulo sobre "O Estado Presente dos Mortos".

3. A MORTE FÍSICA É TRATADA COMO A PARTIDA DA ALMA DO CORPO E A VINDA À VIDA OUTRA VEZ É TRATADA COMO A VINDA DA ALMA OUTRA VEZ AO CORPO.

Vide Gênesis 35:18; 1 Reis 17:22. Algumas vezes a palavra hebraica "alma" nestas passagens (nephesh) significa meramente vida; mas um tal sentido da bem em 1 Reis 17:22, porque aí se afirma que "a alma da criança lhe voltou e ela reviveu" ou viveu outra vez. Traduzir "nephesh" aqui por "vida" faria as palavras rezarem: "A vida da criança veio-lhe outra vez e ela viveu outra vez".

4. PAULO CHAMA O CORPO MERAMENTE NOSSA CASA TERRESTRE E DIZ QUE TEREMOS UMA OUTRA CASA APÓS A DISSOLUÇÃO DO CORPO.

Vide 2 Coríntios 5:1-4. Esta outra casa é o corpo espiritual que os crentes receberão na ressurreição. Assim o homem interior ou a alma pode mudar-se desta casa para outra e é, portanto, tão distinta em substância e separável em natureza como o corpo humano o é da casa em que mora. O corpo físico é somente a moradia terrena da alma.


Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

O estado original e a queda do homem

"Eis-que, só isto achei: que Deus fez o homem direito, mas eles buscaram muitas invenções" -  Eclesiastes 7:29. Nada é mais evidente do que os dois fatos mencionados nesta passagem; a saber, a justiça original do homem e a sua queda mais tarde.

I. O ESTADO ORIGINAL DO HOMEM

1. O FATO EM SI.

A passagem a pouco citada nos diz que Deus fez o homem justo. É isto evidente da natureza de Deus: sendo infinitamente santo. Ele só podia criar aquilo que é justo. Então se nos diz em Gênesis 1:31 que Deus viu que tudo quanto Ele fez foi muito bom. Isto inclui o homem. Mais ainda, se nos diz que Deus fez o homem na Sua própria imagem (Gênesis 1:27).

2. A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM.

(1) Considerada Negativamente.

A imagem de Deus no homem não consistiu de uma trindade análoga à trindade divina. Já discutimos isto circunstanciadamente no capítulo sobre "Os Elementos da Natureza Humana". Nesse capítulo mostramos que o homem consiste, não de três partes senão de duas; e, se ele consistisse de três partes, que membro da trindade representaria o corpo do homem?

(2) Considerada Positivamente.

A imagem de Deus no homem consistiu de duas coisas, a saber:

A. Santidade.

Nisto teve o homem uma semelhança moral com Deus. Ao afirmarmos que santidade foi uma parte da imagem de Deus no homem, queremos dizer que, na criação do homem, Deus comunicou as faculdades humanas uma inclinação reta. A santidade deve ter sido parte da imagem de Deus no homem porque santidade é o atributo fundamental de Deus. Que santidade foi uma parte da imagem original de Deus no homem está também confirmado pelo fato que ela se comunica na renovação da imagem de Deus na regeneração (Efésios 4:24; Colossenses 3:10). Isto está confirmado mais além por Eclesiastes 7:29.

A semelhança moral original do homem com Deus constitui em mais que mera inocência. Foi santidade positiva. Só isto pode satisfazer a afirmação que o homem foi feito à imagem de Deus. Se inocência fosse bastante para satisfazer essa afirmação, então seriamos obrigados a concluir que cada criancinha nasce na imagem moral de Deus, o que a Escritura nega (Salmos 51:5; 58:3; Jeremias 17:9).

B. Personalidade.

Nisto o homem tem uma semelhança natural com Deus. A personalidade pode ser definida como auto-concienciosidade e autodeterminação. A primeira é a habilidade do homem em conhecer-se distintamente de tudo o mais e de analizar-se. A segunda é o poder de fazer escolhas em vista de motivos. Tais escolhas envolvem a razão e o juízo; e, quando se relacionam com assuntos morais, envolvem consciência.

É a personalidade que distingue o homem num modo natural do bruto. O bruto tem senso íntimo, mas não auto-concienciosidade. Nenhum bruto jamais pensou "Eu". Nenhum bruto jamais se deteve para analizar-se. Um bruto nunca reflete sobre sua própria natureza em distinção de tudo mais. Ele nunca se empenha em introspecção. Nem o bruto faz escolhas em vista de motivos. Suas ações são determinadas por instintos e por influencias de fora. Assim, o bruto tem determinação, mas não autodeterminação. Que o bruto se move por instinto mais do que por escolha em vista de motivos está evidenciado pelo fato que os brutos nunca melhoram nos seus métodos de fazer as coisas.

Que a personalidade foi uma parte da imagem de Deus no homem está evidenciado pelo fato que o homem decaído, falto de santidade, ainda se diz estar na imagem de Deus. Vide Gênesis 9:6; I Coríntios 11:7; Tiago 3:9.

II. A QUEDA DO HOMEM

A santidade original do homem não era imutável. A mutabilidade é uma característica necessária da natureza humana. Imutabilidade requer infinidade de conhecimento e poder. A infinidade é uma característica só da divindade. Portanto, desde que Deus desejou criar o homem e não um deus, Ele fez Adão mutável. Isto tornou possível a queda. Notemos, então, em referência à queda:

1. O FATO EM SI.

Em Gênesis 3 temos a narrativa da queda. De modo que a queda é um fato revelado. Também é um fato que é evidente, como já o indicamos.

2. O PROBLEMA EM SI.

Quando vimos estudar a queda do homem, somos abordados pelo problema de como um tal ser, como Adão foi, pode cair. Notemos a respeito deste problema:

(1) Uma explicação errônea.

Algumas vezes uma explicação do problema da queda do homem é tentada por representar-se o seu estado original como um de mero equilíbrio no qual foi tão fácil escolher o erro como foi escolher o direito. Em outras palavras, a vontade estava tal estado de indiferença e tão suscetível de agir de um modo como de outro. Uma noção tam como esta reduz o estado original do homem a uma condição de mera inocência em vez de santidade positiva. Já tocamos nisto e confiamos em que mostramos que, mera inocência, não satisfaz a afirmação que o homem foi criado na imagem de Deus.

(2) A explicação direita.

Não devemos ver a dificuldade insuperável aqui reconhecida por muitos. Pensamos que a dificuldade encontra uma explicação satisfatória nos seguintes fatos:

A. Adão era mudável.

Já discutimos este fato.

B. Sendo mudável, só podia permanecer firme no seu estado original pelo poder de Deus.

Vide o capítulo sobre "A Relação de Deus com o Universo". Nada fica na sua própria força inalterado exceto aquilo que é imutável.

C. Deus podia justa e santamente permitir a Adão cair se Lhe agradasse.

Desde que Deus permitiu o pecado, ninguém objeta à permissão da queda, salvo aqueles que queiram criticar Deus.

D. Deus, tendo escolhido permitir a queda, retirou de Adão o Seu poder sustentador e a natureza de Adão degenerou tanto como o universo inteiro cairia aos pedaços se Deus retirasse o Seu poder sustentador e conservador por um só instante.

3. OS RESULTADOS EM SI.

(1) O primado de Adão.

Quando Adão provou a corrupção de sua natureza, ele não ficou como simples individuo senão como o cabeça natural da raça. O primado natural de Adão está claramente ensinado no capítulo quinto de Romanos. O seu primado ali não se apresenta como simples primado federal. Adão não pecou meramente por nós, como se ele fosse o mero cabeça federal da raça; nós pecamos nele (Romanos 5:12).

(2) Os efeitos da queda.

A. Sobre Adão e Eva.

Adão e Eva sofreram a corrupção de sua natureza, a qual lhes trouxe ao mesmo tempo morte natural e espiritual.

B. Sobre a Raça.

O efeito total da queda de Adão sobre a raça é a corrupção da natureza da raça, a qual traz a raça a um estado de morte espiritual e a torna sujeita à morte física.

Os descendentes de Adão são feitos responsáveis, não pelo ato manifesto de Adão em participar do fruto proibido senão pela apostasia interior de sua natureza de Deus. Não somos pessoalmente responsáveis pelo ato manifesto de Adão porque o seu ato manifesto foi o ato de sua própria vontade individual. Mas, nossa natureza, sendo uma com a dele, corrompeu-se na apostasia de sua natureza dele. Daí, o efeito da queda sobre a raça não consiste tanto da culpa pessoal pelo ato manifesto de Adão como da corrupção da natureza da raça. Não somos responsáveis por qualquer coisa de que não podemos arrepender- nos quando vivificados pelo Espírito de Deus. Está qualquer homem hoje convicto do pecado de Adão de participar do fruto proibido? Mas nós nos sentimos convictos e podemos e nos arrependemos da corrupção de nossas naturezas, corrupção que se manifesta em rebelião contra Deus e em transgressões pessoais. Não cremos que a Escritura ensine mais do que isto a respeito dos efeitos da queda sobre o raça. Para uma discussão de João 1:29 a este respeito, vide o capítulo sobre a expiação.

4. A DIFERENÇA ENTRE ADÃO E EVA NA QUEDA.

A narrativa do Gênesis não faz diferença vital entre Adão e Eva na queda, mas uma distinção está claramente apresentada em 1 Timóteo 2:14, onde se diz que Eva foi enganada e Adão não. Isto quer dizer que Eva caiu em transgressão porque ela foi levada a pensar que o aviso de Deus não era verdade e que ela não morreria como uma penalidade por participar do fruto proibido. Mas com Adão foi diferente: ele não duvidou da Palavra de Deus; ele pecou porque preferiu ser expulso do Éden com sua esposa antes que ficar no Éden sem sua esposa.

Muita vez se pensa que os fatos acima ligam maior culpa ao pecado da mulher do que ao pecado de Adão, ao passo que o reverso é que é verdade. O homem pecou por meio da escolha voluntária e cônscia da amizade de sua esposa, antes que a de Deus. Nada disto foi verdade do pecado de Eva.

5. POR QUE DEUS PERMITIU A QUEDA?

Não foi porque Deus foi compelido a permiti-la. Deus é soberano e faz tudo livremente. Não foi porque Lhe faltasse o poder. Conquanto Deus fez o homem mudável, o que foi necessário, como temos mostrado, contudo Ele podia ter conservado o homem do pecado sem a violação da vontade ou de qualquer princípio. Podemos dar apenas uma resposta à pergunta acima. É que Deus permitiu a queda para prover o meio para a glorificação do Seu Filho na redenção.

6. A QUEDA E A SANTIDADE DE DEUS.

Talvez a razão carnal jamais fique satisfeita com qualquer explicação da queda em relação com a santidade de Deus. Como podia um Deus santo permitir o pecado quando Ele teve todo o poder de impedir? De que Ele teve esse poder não pode ser duvidado. E ao passo que a razão carnal não se satisfaça nunca, contudo a fé na Palavra de Deus satisfaz a nova mente em que a permissão do pecado por Deus está perfeitamente consiste com a Sua santidade. Teve-se o poder de impedir o pecado e não o fizemos, seriamos culpados do mal, mas Deus é diferente de nós: somos dependentes e, portanto, responsáveis. Deus é independente e, portanto, responsável a ninguém. Quando nós conhecermos como somos conhecidos, então poderemos entender completamente como a permissão para pecar é perfeitamente compatível com a perfeita santidade de Deus.


Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

Por que Quatro Evangelhos?

Embora a crença na inspiração das Escrituras seja um fato aceito e irrefutável entre os verdadeiros salvos, são poucos os que se preocupam em investigar mais a fundo as belezas e também a própria harmonia existente entre os 66 livros que compõem o Antigo e o Novo Testamento.

Cremos que o Antigo Testamento contém o Novo e o Novo Testamento revela o Antigo. Por isso, nas Escrituras, tudo é importante. Nós não podemos ler ou interpretar as Escrituras como faríamos com qualquer outro livro, pois nenhum livro se assemelha às Escrituras.

A sublimidade das Escrituras com relação á outros livros é incomparável, assim como Jesus Cristo (o homem) o é entre os homens.

Neste estudo, não iremos abordar os quatro evangelhos, mas apenas um, o de Marcos. Creio que será o suficiente para instigar aqueles cristãos desejosos de conhecer melhor a Cristo, e as suas virtudes, a garimparem este terreno repleto de pedras preciosas.

Por que quatro evangelhos? Talvez esta pergunta não tenha ocorrido ainda na mente de muitos, porém, espero que nunca o seja por mera incredulidade. O objetivo peculiar de cada um dos evangelhos é raramente percebido, mesmo por aqueles que já estão familiarizados com o conteúdo de cada um deles.

È verdade que cada um dos quatro evangelhos tem muita coisa em comum, pois cada um deles trata com o mesmo período da história, com os milagres de Cristo, sua morte e ressurreição. Porém, embora os quatro evangelistas tenham muito em comum, cada um tem sua própria peculiaridade, e em observar suas diferenças, nuances, é que conseguimos entender o significado e enxergar escopo, apreciando assim as suas diferenças.

Na leitura cuidadosa dos quatro evangelhos logo fica evidente que nenhum deles contém uma biografia completa do ministério terreno de Cristo. Há períodos de Sua vida (Cristo) que nenhum dos evangelistas professa ter coberto. Após o relato de Seu nascimento, nada mais é dito sobre Ele, até atingir a idade de doze anos, aonde um breve relato é feito por Lucas sobre Sua ida ao templo e a sujeição aos pais (Lucas 2:41-52).

Até mesmo com relação ao Seu ministério público, o que temos são fragmentos, pois os evangelistas selecionaram apenas algumas porções de Seus ensinos e detalham apenas uns poucos milagres. Isto fica claro na declaração de João.

João 21:25, “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém.”

Se os evangelhos não são uma Biografia completa de Cristo, o que eles são? A primeira resposta deve ser: Quatro livros inspirados, totalmente inspirados por Deus! Quatro livros escritos por homens movidos pelo Espírito Santo; livros que são verdadeiros e perfeitos.

A segunda resposta seria: Os quatro evangelhos são completos em si mesmos, escritos com distintos propósitos, sendo que tudo o que foi incluído em suas páginas, tanto aquilo que não o foi, fazem parte daquilo para o qual eles foram estritamente subordinados, ou seja, nada de relevante e pertinente ao tema e característica de cada evangelho foi deixado de fora.

Por que Quatro Evangelhos?

Porque um ou dois não seriam suficientes para nos dar uma apresentação perfeita da glória e excelência do Nosso abençoado Senhor.

Os quatro evangelhos retratam a pessoa e a obra de nosso Salvador de uma forma distinta, a fim de ilustrar o propósito de cada evangelista, assim como faríamos se quiséssemos escrever um livro sobre um personagem importante, mas tivéssemos que abordar vários aspectos do seu caráter. Quatro escritores se empenhariam em obter material específico que os ajudassem a detalhar, o mais fiel possível, o caráter deste personagem, ou seja: sua vida doméstica, religiosa, profissional e também seu lazer. Num primeiro momento, isto seria visto como quatro biografias, embora estivéssemos falando do mesmo homem, visto em diferentes áreas do seu relacionamento. Portanto, cada escritor se restringiria a detalhar aquilo que é relevante para sua parte da biografia, por exemplo:os detalhes da vida doméstica não são relevantes para o escritor que detalha a vida profissional, assim como o escritor que detalha seu lazer, obter informações sobre sua vida religiosa.

O exemplo acima serve para ilustrar o que temos nos quatro evangelhos.

Em Mateus, Cristo é apresentado como Filho de Davi, o Rei dos Judeus, e tudo em sua narrativa é centrado nesta verdade. Isto explica porque o primeiro Evangelho começa descrevendo a realeza da genealogia de Cristo, e porque no segundo capítulo é mencionada a vinda dos magos do oriente perguntando: Onde está aquele que é nascido rei dos Judeus? (Mateus 2:1), como também nos capítulos 5 até aos 7, temos o Sermão da Montanha, que na verdade, se trata de um manifesto real, contendo a enunciação das leis do Seu Reino.

Em Marcos, Cristo é retratado como Servo de Jeová, como um que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Tudo neste segundo evangelho contribui para este tema central e tudo o que não condiz com este tema é excluído. Isto explica a razão de não termos o relato de nenhuma genealogia neste evangelho e porque Cristo já é introduzido no início do seu ministério público (nada nos é dito a respeito de sua vida anterior), e porque há mais milagres (obras de serviço) detalhados aqui do que em outro evangelho.

Em Lucas, Cristo é declarado Filho do Homem, estando ligado, porém contrastado com os filhos dos homens. Tudo em sua narrativa serve para ilustrar isto.

Isto explica porque o terceiro evangelho traça a Sua genealogia de volta a Adão, o primeiro homem (ao invés de Abraão, como em Mateus), porque como homem perfeito Ele é visto freqüentemente em oração, e porque os anjos são vistos ministrando para Ele, ao invés de serem comandados por Ele, como visto em Mateus.

Em João, Cristo é revelado como Filho de Deus, e tudo neste quarto evangelho tem a finalidade de ilustrar e demonstrar este relacionamento divino. Isto explica porque na abertura do primeiro versículo nós somos levados de volta a um ponto antes do tempo se iniciar, onde Cristo é retratado como o Verbo “no Princípio”, com Deus e Ele mesmo sendo expressamente declarado ser Deus. Porque nós temos aqui muitos dos seus títulos, como: O Unigênito do Pai, O Cordeiro de Deus, A Luz do Mundo etc.; Porque nos é dito que a oração deve ser feita em seu nome (João 14:13-14); Porque o Espírito Santo seria enviado pelo Filho tanto quanto pelo Pai (João 14:26, 16:7).

É extraordinário notar que as quatro apresentações de Cristo nos evangelhos foram indicadas de maneira muito específica através do Velho Testamento.

Em Jeremias 23:5 Lemos: Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Este verso cai como uma luva no Evangelho de Mateus.

Em Zacarias 3:8 Lemos: Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens portentosos; eis que eu farei vir o meu servo, o RENOVO. Este verso poderia ser o título do segundo Evangelho.

Em Zacarias 6:12 Lemos: E fala-lhe, dizendo:Assim diz o SENHOR dos Exércitos:Eis aqui o homem cujo nome é RENOVO; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do SENHOR. Quão apropriadamente este verso se encaixa com a descrição de Lucas.

Em Isaías 4:2 Lemos: Naquele dia o renovo do SENHOR será cheio de beleza e de glória; e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel.

Compare este versículo com João 1:14: E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

Em Êxodo 26:31 e 32 o Véu, composto de quatro cores e sustentado sobre quatro colunas: Depois farás um véu de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará. E colocá-lo-ás sobre quatro colunas de madeira de acácia, cobertas de ouro; seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de prata.

Em Hebreus 10:19 e 20 Lemos: Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,

Os quatro pilares de madeira recoberta de ouro representam a humanidade e divindade de Cristo, que são perfeitamente retratadas nos Evangelhos.

João 1:14: E o Verbo se fez carne, e habitou (Tabernaculou) entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. Compare Ezequiel 10:9 a 14 – com Apocalipse 4:6-9

Ezequiel 10:9 a 14: Então olhei, e eis quatro rodas junto aos querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como a cor da pedra de berilo. E, quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma semelhança; como se estivesse uma roda no meio de outra roda. Andando estes, andavam para os quatro lados deles; não se viravam quando andavam, mas para o lugar para onde olhava a cabeça, para esse seguiam; não se viravam quando andavam. E todo o seu corpo, as suas costas, as suas mãos, as suas asas e as rodas, as rodas que os quatro tinham, estavam cheias de olhos ao redor. E, quanto às rodas, ouvindo eu, se lhes gritava:Roda! E cada um tinha quatro rostos; o rosto do primeiro era rosto de querubim, e o rosto do segundo, rosto de homem, e do terceiro era rosto de leão, e do quarto, rosto de águia.

Apocalipse 4:6-9: E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás. E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando. E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir. E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre.

Os quatro animais descritos em apocalipse (ou querubins) juntamente com a passagem de Ezequiel, nos descrevem o caráter de Cristo retratado nos quatro Evangelhos. Leão, Bezerro, Rosto como de Homem e Águia.

1. Leão – Rei dos animais – é ideal para retratar a realeza de Cristo, assim como o Evangelho de Mateus, Filho de Davi, Rei dos Judeus – Cristo é chamado de o Leão da Tribo de Judá, a Raiz de Davi (Apoc. 5:5).

2. Bezerro ou Boi Jovem - Este animal representa muito adequadamente a Cristo, assim como Ele é representado no segundo Evangelho. Pois o boi era o principal animal utilizado, pela nação de Israel, no serviço. Assim Cristo se fez servo de Jeová em nosso favor.

3. Rosto de Homem – Este animal corresponde ao terceiro Evangelho onde a humanidade de Cristo está em evidência.

4. Águia Voando – Quão significativo é isto! Os primeiros animais, Leão, Bezerro, Rosto de homem, todos pertencem a terra, assim como os três primeiros evangelhos enfatizam a Cristo no seu relacionamento terreno, mas este quarto querubim, está acima da terra e contemplando os céus. A Águia é um pássaro que se eleva ao ponto mais alto, simbolizando assim o caráter de Cristo descrito no Evangelho de João, como Filho de Deus.

Assim também podemos contemplar a sabedoria de Deus na seleção dos quatro escritores dos evangelhos. Em cada um deles podemos ver a aptidão e peculiaridade para cumprimento adequado de suas tarefas.

Mateus é o único entre os quatro escritores dos Evangelhos que apresenta Cristo em um relacionamento “oficial”, ou seja, como o Messias e Rei de Israel. Ele era o único dos quatro que ocupava uma posição oficial (Mateus 9:9; 10:1-3), pois Lucas era médico e João, pescador. Mateus era um cobrador de impostos trabalhando para os Romanos.

Mateus apresenta Cristo em conexão com o reino, como alguém que possui um título para reinar sobre Israel. Quão apropriado era para aquele que ocupava uma posição oficial, acostumado a olhar para um vasto império, receber esta tarefa. Os Romanos designavam oficiais entre os próprios Judeus, para cobrarem impostos de seus compatriotas, por isso eles eram mais odiados do que os próprios Romanos.

Sendo assim, ele entendia muito bem o que era ser odiado sem causa, desprezado e rejeitado. Finalmente, se Deus apontou este homem, cuja chamada o ligava aos Romanos, temos então uma evidência clara da graça de Deus alcançando aos desprezados gentios.

O Evangelho de Marcos coloca diante de nós o Servo de Jeová, o trabalhador perfeito. O instrumento escolhido para escrever este segundo Evangelho desempenhava uma função que o capacitava para tal tarefa, pois ele não era um apóstolo, mas antes, um servo de um dos apóstolos. II Timóteo 4:11: Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. Sendo assim, aquele que retratou nosso Senhor como Servo de Deus, era um que pessoalmente ministrava á outros!

O Evangelho de Lucas trata com a Humanidade de nosso Senhor, apresentando-o como Filho do Homem, relacionado com os homens, porém em profundo contraste com os mesmos.

Este Evangelho é um dos que apresenta o relato mais completo da nascimento virginal de Cristo. Também revela mais completamente do que outros o estado depravado e caído da natureza humana. É o Evangelho mais “internacional” em seu escopo do que os outros três, sendo maiormente dirigido aos Gentios do que aos Judeus.

Observe o quão apropriado foi a escolha de Lucas para escrever este Evangelho. Ele não era pescador e nem cobrador de impostos, mas um médico (Colossenses. 4:14), e como tal, um estudante da natureza humana e um que sabia diagnosticar a estrutura humana. Além de que, há uma boa razão para acreditarmos que Lucas não era Judeu, mas Gentio, apresentando Cristo não como “Filho de Davi”, mas como “Filho do Homem.”

O Evangelho de João apresenta Cristo num caráter mais íntimo que todos os outros, retratando-o num relacionamento Divino, mostrando que Ele era o Filho de Deus. Esta tarefa exigia o chamado de um homem com alto grau de espiritualidade e também que fosse intimo em seu relacionamento com nosso Senhor, alguém dotado de um incomum discernimento espiritual. Certamente João, que estava mais próximo do Salvador do que os outros doze, e era o discípulo amado, foi bem escolhido. Quão apropriado era, para aquele que se reclinava no seio de Jesus, ser o instrumento para retratá-lo como “O Unigênito Filho de Deus”, que está no seio do Pai! Assim, podemos admirar e entender a multiforme sabedoria de Deus em equipar estes quatro Evangelistas neste trabalho tão honroso.

Ao fecharmos esta introdução, mais uma vez voltamos á questão: Porque quatro Evangelhos? Um estudo mais apurado das Escrituras revela o fato de que alguns números terem especial sentido ou significado, como por exemplo:

• 3 = Manifestação

• 4 = Número da terra

• 6 = Número do Homem

• 7 = Perfeição

• 8 = Novo Começo

O número quatro é assim visto pelo fato de:

1. A terra ter quatro pontos cardeais – Norte, Sul, Leste e Oeste

2. Termos quatro estações no ano – Primavera, Verão, Outono e Inverno

3. Serem quatro os elementos da Natureza – Fogo, Água, Terra e Ar

4. Houve quatro Impérios Mundiais – Babilônia, Medos e Persas, Gregos e Romanos

5. As Escrituras dividem os habitantes da terra em quatro classes – tribo, língua, povo, e nação

Apocalipse 5:9: E cantavam um novo cântico, dizendo:Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.

Na parábola do semeador, Cristo descreve os tipos de terreno em que as sementes caem como sendo quatro tipos de solo.

Lucas 8:4-7: E, ajuntando-se uma grande multidão, e vindo de todas as cidades ter com ele, disse por parábola: Um semeador saiu a semear a sua semente e, quando semeava, caiu alguma junto do caminho, e foi pisada, e as aves do céu a comeram; E outra caiu sobre pedra e, nascida, secou-se, pois que não tinha umidade; E outra caiu entre espinhos e crescendo com ela os espinhos, a sufocaram; E outra caiu em boa terra, e, nascida, produziu fruto, a cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava:Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

O Evangelho de Marcos – Cristo – Servo

Fazemos durante este estudo umas poucas comparações entre Marcos e os outros Evangelhos a fim de percebermos as diferenças já mencionas acima. Façamos então uma Breve comparação entre Mateus e Marcos.

Mateus tem 28 capítulos - Marcos tem 16 capítulos

Mateus contém o relato de muitas Parábolas - Marcos contém o relato de poucas Parábolas

Mateus apresenta Cristo como Filho de Davi - Marcos Apresenta Cristo como Servo Perfeito de Jeová

Mateus foi escrito aos Judeus (Não exclusivamente) - Marcos foi escrito aos servos e trabalhadores cristãos

Mateus mostra a realeza da dignidade e autoridade de Cristo - Marcos mostra sua Mansidão e Servicitude

Coisas Omitidas no Evangelho de Marcos

1. A genealogia de Cristo

2. A concepção Miraculosa de Cristo e Seu nascimento

3. O Sermão do Monte (que retratam um Rei e as leis do seu Reino) – Um servo não tem reino

4. Marcos relata quatro Parábolas, enquanto Mateus quatorze.

Não aparece em Marcos as seguintes Parábolas:

o O senhor assalariando empregados para a sua vinha

o As bodas do Filho do Rei

o A Parábola dos talentos – servo não tem recompensa

5. Não vemos nenhuma ordem de Cristo aos seus anjos, apenas os vemos ministrando á Ele. Marcos 1:13 E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.

6. Não aparece a expressão “Ai de vós” Mateus 23:13, pois a um servo não convém julgar ou exercer juízo, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor (II Timóteo 2:24).

Por isso em Mateus 21:12-17 vemos Jesus expulsando os cambistas, enquanto Marcos 11:11, não descreve este incidente.

7. Ele (Cristo) não é declarado Rei, salvo de forma indireta.

Em Mateus ele é chamado de Emanuel (Mateus 21:9) - E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo:Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!

Apenas “uma vez”, no Evangelho de Marcos, Ele é declarado Filho de Davi. Marcos 11:9-10: E aqueles que iam adiante, e os que seguiam, clamavam, dizendo: Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor; Bendito o reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas.

Compare:

Mateus 16:28 com Marcos 9:1

Mateus 16:28 - Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.

Marcos 9:1 - Dizia-lhes também:Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o reino de Deus com poder.

Em Mateus 8:25 Ele é Chamado de Senhor - Em Marcos 4:38 Ele é chamado de Mestre

Em Mateus 16:22 Pedro o repreende, mas o chama de Senhor - Em Marcos 8:32 Pedro o repreende, mas não o chama de Senhor

Em Mateus 26:22 No anúncio da traição aparece a palavra “Senhor” - Em Marcos 14:19 No anúncio da traição não aparece a palavra “Senhor”

8. Seus sofrimentos - Marcos 14:34: E disse-lhes:A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai. São poucos os relatos e circunstâncias descritas em Marcos referentes ao Seu sofrimento, pois um servo só tem a Deus á quem recorrer.

Não vemos Pilatos declarando-o inocente. Não vemos a esposa de Pilatos aconselhando-o a não se envolver no julgamento do “Homem Justo”. Mateus 27:19: E, estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer:Não entres na questão desse justo, porque num sonho muito sofri por causa dele.

Não vemos Judas declarando (Mateus 27:4) que traíra o sangue inocente.

Não vemos as mulheres chorando por Ele no local da execução (Lucas 23:27)

As palavras do ladrão arrependido são omitidas, compare:

Lucas 23:41-42:E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus:Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.

Marcos 15:27-28 - E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda. E cumprindo-se a escritura que diz:E com os malfeitores foi contado.

As Palavras “Está consumado” – João 19:30 são omitidas, pois um servo não dá o seu trabalho por encerrado! É o seu Senhor quem define a hora que ele deve encerrar o seu trabalho.

Características do Evangelho de Marcos

1- A introdução dos Evangelhos de Mateus, Lucas e João é longa, enquanto no Evangelho de Marcos ela é totalmente diferente.

Mateus relata de Cristo: Sua Genealogia, nascimento, visita e homenagem dos sábios, a fuga para o Egito, Seu Batismo e tentação. Somente entra no ministério público de Cristo a partir do capítulo 14.

Marcos apresenta um breve relato do seu Batismo e tentação, passando a relatar Seu ministério público a partir do versículo 14. Seus trinta anos de vida se passam em silêncio.

Marcos apresenta-o realmente como Servo.

2- Marcos inicia com “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” – não começa com “Evangelho do Reino”. A palavra evangelho aparece 12 vezes nos quatro evangelhos, sendo que oito delas aparecem somente em Marcos.

Cabe ao servo levar as Boas Novas!! I Coríntios 9:16-19.

3- A palavra “EUTHEOS" (Logo, imediatamente) é mencionada freqüentemente, demonstrando sua prontidão e urgência em servir e cumprir sua missão.

Marcos 1:10, 12, 19 a 21, 29, 31, 43 – Ele estava ocupado com os negócios de seu Pai.

Efésios 5:15-17; Colossenses 4:6.

4- Também vemos com freqüência a palavra “E” (Kai): Capítulos 2, 3, 4, e 5 – Uma conjunção que liga as partes de um discurso. Seu serviço era completo, perfeito e sem interrupções. Mostra a continuidade do seu trabalho. Não se cansava de fazer o bem. Servia a tempo e fora de tempo. II Timóteo 4:1-5, Hebreus 13:16, Tiago 4:17, Tito 3:14, Gálatas 6:9-10.

5- Marcos relata mais milagres do que Mateus, pois serviço consiste mais em obras do que em discurso.

A primeira Parábola é a do Semeador. Marcos 4:3-20 - Salvador indo adiante com a Palavra.

A segunda Parábola é a da Semente que é lançada, cresce e é colhido então seu fruto. Marcos 4:26-29.

A terceira Parábola é a do Grão de Mostarda. Marcos 4:30-32.

A quarta Parábola é a dos Vinhateiros que maltratam os servos do Senhor da vinha e acabam por matar seu filho.

Todas falam de servir! As três primeiras mostram o trabalho e serviço de semear, enquanto a última, o de colher.

6- No Evangelho de Marcos as mãos de Cristo são frequentemente mencionadas, retratando Seu serviço. Marcos 1:31,41; 5:41; 7:32; 8:22-25; 9:27; João 10:28. Mostra que os Salvos estão em Suas mãos

7- Marcos também menciona “os olhos” do Servo Perfeito - Sempre atentos! Marcos 3:5, 34-35; 8:33; 10:21; 11:11 ---- Provérbios 29:7

A Maneira como Cristo Servia

1. Sem nenhuma ostentação - Marcos 1:36-38. Não desejava ser um ídolo popular. Quando somos bem recebidos e nós tornamos o centro das atenções, desejamos permanecer ali.

Marcos 1:37-38 - “Todos te buscavam” - Cristo Responde:Vamos às aldeias vizinhas. Vs 44 - Não digas nada a ninguém. João 5:41 - Eu não recebo glória dos homens.

Quando começamos a receber “honra” pelo que Deus tem feito através de nós, talvez seja tempo de sairmos ou mudarmos para outro lugar. Por isso vemos Cristo nas casas, ou de casa em casa. Marcos 1:45; 3:20; 7:17- 36; 8:26; 9:28- 33. O servo não se exalta pelo que faz!

2- Cristo servia com grande compaixão.

A. Compare Marcos 1:30-31 com Lucas 4:38-39 (Sogra de Pedro). E chegando-se a ela, tomou-a pela mão e levantou-a.

B- Compare Marcos 9:27 com Lucas 9:42 (Menino Possesso). Tomando-o pela mão, o ergueu.

C- Compare Marcos 9:36 e 10:13-16 com Mateus 18:2 e 19:13-15 (Criança). Tomando-o nos seus braços.

3- Cristo enfrentou Grande Oposição. Marcos 2:6-7; 16; 24 - 3:2; 6; 22 - 5:17; 40 - 6:3; 5 - 7:1-2 - 8:11 - 10:2 - 11:18; 27-28 - 12:13; 18; 28 - 14:1.

Os servos de Cristo também encontrarão oposição. É um sinal de que estão trabalhando!

4. Cristo serviu com muito Sacrifício. Marcos 3:20 - 4:35-38 - 6:31 - Atos 20:24

5. Cristo serviu de uma maneira Organizada. Marcos 6:7, 39-40. I Coríntios 14:33

6. Cristo serviu com Prontidão de Amor. Marcos 1:41 - 6:34 - 8:1 - 10:21

7. O Serviço de Cristo era precedido de Oração. Marcos 1:35

Marcos 16:20 - Últimas palavras sobre o servo: Cooperando - I Cor. 15:58

Nota: Extraído do Livro “Why Four Gospels” A.W.Pink


Autor: Pr Eduardo Alves Cadete
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br